Publicidade na Advocacia com Restrição!
Quem sai Perdendo?
Quem sai Ganhando?
Como é a Publicidade nos Estados Unidos?

Estive nos Estados Unidos algumas semanas, e percebi a publicidade de advogados, em “ônibus”, “outdoor”, na “mídia televisiva”! Trouxe uma foto desse exemplo e outra foi publicada pelo jusbrasil, para reflexão dos Operadores do Direito, assim como, aqueles que de alguma forma indireta tem contato com a Comunidade Jurídica, porque isso deve ser uma discussão do mundo prático da advocacia com a parte acadêmica do direito.


No Brasil o advogado, não pode fazer propaganda para conseguir clientes, ele tem que fazer “marketing de conteúdo”, isso todo mundo já sabe, o que inclusive eu ensino a muito colegas por mentorias e palestras, isso tem um custo de tempo para habilidade do advogado que não é ensinado na faculdade.

Mas, a restrição no Brasil prejudica a qual advogado? Sim, o pequeno, que é esmagado pelo grande, observe um advogado contratando uma empresa de marketing, de publicidade, investindo R$ 1.000,00 mensais no Google e pagando R$ 500,00 mensais de Agência de Publicidade, por exemplo no seu Estado, ou Cidade, ficará praticamente, na primeira página da página de busca! Não fosse isso, ainda assim, o mesmo possuindo uma teia de conhecimento na mídia, terá suas causas publicadas em jornais e revistas, será chamado para entrevistas, ou seja, seu nome será mencionado, e com isso a busca orgânica na internet (que não precisa pagar, quando mais seu nome aparecer, mais estará presente no mundo virtual).

Não fosse isso, ainda temos o aviso de inauguração dos novos escritórios, a fusão de grandes escritórios que são anunciados, influências pelo cargo, mesmo que não sejam propositais, isso ocorre, e para falar sobre esse assunto, daria para escrever um livro.

Então, Operadores do Direito, a quem prejudica o impedimento da publicidade no Brasil? Sim, aos pequenos advogados! Que agora sofrem por exemplo, com a concorrência de escritório de Consultoria Previdenciária, que não são fiscalizadas pela OAB, ou mesmo Consultoria Tributária, que ao final, quando não conseguem resolver a questão administrativa, passam o cliente para quem? Sim, para um advogado! Não estou criticando o trabalho dessas consultorias, elas estão trabalhando na lacuna da lei, portanto, legalmente, e certamente caso não resolvam o problema vão indicar para os advogados que possuem relacionamento, com certeza não será você, caso não tenha esses contatos! Lembram do movimento dos TAXISTAS para não ser aprovado o “UBER”, então o Ministro do STJ disse uma coisa muito importante, ao invés dos movimentos dos “taxis”, desejarem acabar com “UBER”, deveriam lutar por melhores condições e menos exigências.

Então, realmente a publicidade seria um problema para advocacia no Brasil? Ou para o Judiciário? Será que isso é um problema, por exemplo, nos Estados Unidos, será que outoodor, ou busdoor, seria um problema ético ? Será que a advocacia lá é considerada um mercado? Será que isso prejudica a imagem da Justiça? Creio que não!

Enfim, o que eu observo é que o mercado jurídico, é Bilionário, e está na mãos de poucos advogados, enquanto isso advogados estão fazendo audiências de R$ 30,00 a R$ 60,00, talvez porque também a faculdade fica 5 anos, somente ensinado leis e história do direito que são importantes, mas nem passando perto de Marketing de Conteúdo, Inteligência Emocional, como ser mais influente, como falar em público, neoromamarketing, e como lidar política que está entrenhada em muitos setores, goste você, ou não, ficaríamos aqui em centenas de linhas explicando, porque tem advogado 3 horas na filas de audiências em corredores dos juizados para ganhar 30% de uma condenação de R$ 2.000,00, e existem advogados que fecham contratos por hora, nesse valores, sem sair do seus escritórios, por conexões e conhecimento, sim, eu sei o assunto é delicado, e falar dele, deve ter muito cuidado para não generalizar.

Não foi sempre assim, nos Estados Unidos, a questão foi levado para SUPREMA CORTE daquele País, em entrevista o advogado THOMAS D. MORGAN, ao consultor jurídico, disse o seguinte:

“A maioria dos advogados não consegue imaginar um sistema diferente do atual”, conta o professor e advogado Thomas D. Morgan, um dos pais do Código de Ética dos advogados norte-americanos”, destaca ainda que

“A Suprema Corte entende que a proteção constitucional da liberdade de expressão permite esse tipo de marketing contanto que não seja enganador.” Para Morgan, o marketing não ofende a ética dos advogados. Mas admite que, se dependesse apenas dele, não seria favorável a anúncios “catastróficos, dramáticos ou sensacionais”.

Trechos da entrevista: ConJur — Quais os limites da publicidade para os advogados nos Estados Unidos?

Thomas Morgan — Basicamente, nos Estados Unidos, um advogado pode fazer propaganda nos jornais ou, mais comumente, através de folhetos, material promocional, sites, tudo quanto é tipo de palestras ou seminários para clientes potenciais. Nós chamamos isso de marketing.

ConJur — E o marketing ofende a ética do advogado?

Thomas Morgan — Não. A Suprema Corte sustenta que a proteção constitucional da liberdade de expressão permite esse tipo de marketing contanto que não seja enganador. Antigamente, costumava ser considerado totalmente antiprofissional, mas hoje a maioria dos advogados nem imagina um sistema diferente do atual.

ConJur — No Brasil, a publicidade para os escritórios é restrita. O que o senhor recomendaria para o país?

Thomas Morgan — É muito difícil recomendar, porque grande parte dessa questão é cultural. Eu acho que o sistema que nós temos nos Estados Unidos funciona razoavelmente bem, embora eu, provavelmente, não permitiria anúncios que não transmitam informação. Permitiria anúncios menos catastróficos, dramáticos ou sensacionais.

*Thomas Morgan é professor de Direito Antitruste e Direito Regulatório de Comércio da George Washington University. Freqüentemente solicitado como consultor jurídico, já testemunhou em mais de 20 casos sobre ética profissional de advogados, tendo também submetido pareceres relativos a cerca de outros 30 casos. Serviu como assessor especial do Sub-Secretário de Defesa dos EUA (1969-70), no governo do presidente Lyndon Johnson, e foi advogado do Conselho Geral da Força Aérea dos EUA (1967-69).

Fonte: https://www.conjur.com.br/2009-mai-19/advogados-eua-nao-imaginam-adocacia-publicidade

É uma crítica reflexiva, para que ocorra mudanças, não é que eu esteja 100% certo, mas também não estou 100% errado, o assunto é profundo, envolve muita coisa, espero que esse texto chegue nas pessoas que ocupam cargo na ética nos Conselhos da OAB, no legislativo para que ocorram mudanças de forma equilibrada, porque para quem não veio de família de advogados, ou mesmo no mundo jurídico e acadêmico, ou mesmo não artistas, ou influência da mídia, ou mesmo não é envolvido com política em todas as instancias, é mais complicados começar sem publicidade, e isso, é unânime .

O artigo não é para desanimar quem começa como Operador do Direito, porque o marketing de conteúdo, gratuito pode sim alavancar a carreira jurídica, apenas podemos facilitar a vida de novos operadores que estão começando, em detrimento aos grandes escritórios, ou mesmo aqueles que tem conhecimento em todo meio da mídia e politico para divulgação do seu trabalho jurídico. Porque vocês acham que um Corretor Imobiliário, um Despachante Imobiliário, cobra 10 vezes mais que um advogado no mesmo serviço em cartório, porque ele tem publicidade que resolve muito mais rápido, isso chama-se neuromarketing.

Espero levar essa discussão para o mundo acadêmico, legislativo e jurista, é muito melhor do que fingirmos que quem faz o marketing de conteúdo, não está buscando clientes novos, para exercer sua atividade profissional e sobreviver dela “levar comida para sua família”, não podemos viver um mundo velado, que fingimos não saber como são as coisas! Um advogado bem remunerado, todos saem ganhando, inclusive a sociedade com desenvolvimento econômico, distribuição da fatia do mercado jurídico para quem está começando, e, é claro equilíbrio da justiça social

Sobre o(a) autor(a) 

Fabio Toledo Dr. Fabio Toledo, Advogado
• Pós-Graduando em Direito Acidentário (Doença do Trabalho, Acidente do Trabalho e Beneficiário Previdenciário);
• Especializado pela Universidade Federal Fluminense (UFF), com duas monografias com relevância na Graduação (Controle Externo do Judiciário) e Pós-Graduação (Superendividamento), pós-graduando em processo cível, Graduação em Engenharia Cível, palestrante, colunista, jornais e revistas, especialização direito médico e autoral, perito imobiliário!

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